Movimentos (2012)





The Baltucz Band – Movimentos (2012)

Movimentos, disco lançado originalmente em 2008, tem agora um relançamento depois de passar por um processo de remasterização. Baltucz, guitarrista da banda, disse algumas palavras sobre este disco.

Fritzlounge: O que levou a banda a relançar este disco depois de quase quatro anos?

Baltucz: Ano passado tinha pensado na possibilidade de trabalhar na remasterização deste disco. Desde que lançamos, fiquei um pouco contrariado com o resultado final. O acabamento da gravação não me parecia boa o suficiente, e sempre pensei que se tratava de um disco muito importante para nós. Mas quatro anos se passaram e é natural surgir esse tipo de sentimento em relação ao trabalho.

Fritzlounge: Há faixas bônus nesta versão... o que se pode ouvir ou notar de novo nesta nova versão?

Baltucz: Não sei se é algo que seja tão explícito, e essa era exatamente a intenção. Mas as faixas bônus são gravações da época e que não entraram no disco. O que eu acho importante com este relançamento é deixarmos as músicas exatamente da forma como pensávamos na época do lançamento, sem enfeites, mas com uma qualidade melhor. O material bônus é mais do que normal ter.

Fritzlounge: Este ano serão quantos discos novos?

Baltucz: É cedo para dizer qualquer coisa, estamos trabalhando em material novo. Falar em material novo não é muita novidade para nós, mas como estamos cada vez mais seletivos, não vejo como dizer quantos serão. O que imagino e o que de fato teremos neste início de ano é o relançamento de Movimentos e o lançamento de Lost Girl Living in Tokyo, que é uma trilha sonora. Tenho vontade de divulgar novos trabalhos o quanto antes, mas acho que é sempre bom ouvir com mais atenção, gravar de novo se necessário e aí sim, liberar.

Fritzlounge: Algo como perfeccionismo?

Baltucz: Sim. Sempre fui muito atencioso com os detalhes, mesmo quando o detalhe é um ruído de distorção.

Fritzlounge: Ainda sobre Movimentos. Alguma faixa foi regravada?

Baltucz: Sim. Tive de regravar uma delas, acho que foi Song Broken... não tenho certeza. Regravei as baterias. Quando me debrucei neste disco, achei que deveria melhorar a qualidade e não mexer demais. Acho que ele sempre terá alguma coisa crua e mal gravada.

Fritlzounge: Interessa o sujo, mal gravado? Como acidentes durante a gravação?

Baltucz: Totalmente! Acidentes são bem-vindos. Adoro quando acontecem e posso continuar sabendo que aquele registro não parece uma coisa pré-fabricada, ensaiada exaustivamente. Bob Dylan usava muito nas suas gravações nos anos sessenta, por que não usar esse recurso nos dias de hoje?! Nossas gravações são quase experimentais. O processo é muito rápido, ensaiamos, gostamos e logo gravamos. Não temos isso de lapidar muito a coisa toda, mesmo quando demoramos para finalizar um disco, as gravações são sempre rápidas. Parece contraditório o que estou dizendo, e é mesmo, mas a coisa toda se procede assim, então... acidentes acontecem todo o tempo. É aquela máxima de aprender com os erros!

Fritzlounge: Uma coisa bem garage band?!?

Baltucz: Nós somos uma garage band, para ser exato uma room band. Pois gravamos tudo num quarto (risos)!

Fritzlounge: O uso de um estúdio está nos planos da banda?

Baltucz: Você diz estúdio de gravadora e tal...?! Não, não temos nenhuma expectativa sobre gravar em estúdios. Acho que nos dias de hoje pensar que se pode ter algo de qualidade somente nesses estúdios é uma coisa ultrapassada. Há equipamentos e maneiras de se gravar o que se quer dentro de um apartamento ou garagem. Lembro agora do The Black Keys, que gravou seus dois primeiros discos num gravador de 4 canais. Sem falar de outras bandas.

Fritzlounge: The Baltucz Band tem discos diferentes na sua extensa discografia. Que rumos a banda está tomando agora em matéria de estilos musicais?

Baltucz: Sempre achei esse negócio de estilos muito estranho, mas é preciso rotular até para podermos nos guiar para escutar, comprar, etc. Enfim, acho que o som da banda hoje está indo para uma mistura entre algo eletrônico e ao mesmo tempo algo como indie rock. Gosto muito do minimalismo, a economia de elementos e gosto de guitarras distorcidas do tipo Sonic Youth... Queria fazer músicas mais dinâmicas, criar riffs pegajosos, criar algo que se possa assobiar, cantarolar por aí. Quero fazer músicas para ficar na mente das pessoas. Mas queria também fazer algo etéreo, sensível e que toque no íntimo de cada um que pare para ouvir. Mas acho que para fazer tudo isso vamos precisar gravar mais uns cinco ou dez discos (risos).

The Baltucz Band segue gravando experimentações em "estúdio" e em breve teremos novidades. Segundo Baltucz, a banda terá um EP até junho e talvez uma prévia de um disco novo até a final do ano. Mas continuem acompanhando fritzlounge para mais novidades!



Lost Girl Living in Tokyo (2012)



Mais um lançamento da banda do gato Xícara e do guitarrista Baltucz, "lost girl living in tokyo" é uma trilha sonora que a banda trabalhou por cerca de um ano. algumas dessas faixas apareceram no EP "closed world", lançado ano passado. neste disco a banda mostra um lado minimalista quase sem guitarras características de muitos discos anteriores. baltucz, guitarrista da banda, falou um pouco sobre esse novo lançamento:

Fritzlounge: sobre o que é "lost girl living in tokyo"?

Baltucz: é sobre mudanças, sobre ser mais um na multidão, sobre um senso coletivo e individual. gravamos algumas músicas com uma estética minimalista e depois concordamos em compôr mais algumas para fazer um disco.

Fritzlounge: "lost girl..." é uma trilha sonora?

Baltucz: é uma trilha sonora para algum filme que ainda não aconteceu. imaginei uma história antes dessas melodias. é sobre uma garota que vive em tóquio e não consegue se ver num futuro, seja profissionalmente ou emocionalmente. ela ama um rapaz que também tem dificuldades de se adaptar à realidade. os dois passam por diversas situações em busca de uma resposta, buscando sinais, usando a intuição... uma noite, eles tem o mesmo sonho que dá pistas do que devem fazer. mas há nesse sonho algo de perigoso e irreversível. eles tem uma noite para decidir seu futuro e então a história segue seu rumo.

penso que é um disco em que a música é quase secundária, pois ela nasceu depois da história na minha cabeça. fui percorrendo mentalmente as possibilidades dessa história até construir algo sonoro.

Fritzlounge: é a primeira vez que isso acontece, essa forma de trabalhar as músicas?

Baltucz: não, há sempre um meio diferente de uma música surgir. já usei esta forma antes, mas não para um disco inteiro. acredito que seja a primeira vez que fizemos uma trilha sonora em que as composições sejam somente minhas. xícara não participou das composições, mas gravou todas as faixas comigo. nosso trabalho é diferente no que se refere aos sentimentos sobre uma obra, muitas vezes temos que trabalhar em paralelo para não batermos de frente e colidirmos em ideias. é um processo que aprendemos com os quase cinco anos de banda.

Fritzlounge: há planos de novos discos para esse ano?

Baltucz: sim, estamos trabalhando em composições novas e é o que posso falar. atrasamos muito nosso trabalho ano passado, mas estamos realizando um material novo há um ano e meio, pelo menos. acho que por enquanto estamos trabalhando em dois projetos diferentes, um é de músicas com letras e outro instrumental. talvez essa visão mude depois de gravarmos mais, mas até agora sinto isso. é difícil gravar vocais, eu tenho um bloqueio grande para colocar minha voz em músicas.

Fritzlounge: que instrumentos usaram para gravar esse disco? há bem poucas guitarras...

Baltucz: é verdade, quase não há guitarras. como a abordagem foi mais minimalista, deixamos de lado guitarra e bateria para trabalhar outros instrumentos como baixo, teclados e percussão. há bastante teclados e efeitos que trabalhei na mixagem do disco. tenho adorado a ideia de gravar algo e transformar o som depois. é uma das vantagens de não fazer shows, gravar tudo e não ter de se preocupar em repetir os efeitos ao vivo.

Fritzlounge: mudar o som de instrumentos na mesa ou no computador é algo comum para você hoje...

Baltucz: sim, ano passado eu terminei um segundo disco solo, chamado "memories of green". desde então eu busquei trabalhar mais o lado da mixagem. mas há bastante tempo eu faço a produção dos discos da banda, então não é exatamente uma novidade.

Fritzlounge: e o que pode ser uma novidade neste ou nos próximos lançamentos?

Baltucz: todo disco tem novidades, diferentes abordagens de trabalho, gosto muito disso. uma coisa realmente boa é que nunca podemos dizer que um disco está fechado porque foi lançado. "movimentos" por exemplo, que é um dos nossos primeiros discos, está passando por um processo de remasterização. como foi gravado tudo digitalmente nem sei se é esse o termo, mas estou trabalhando nele de novo, melhorando certos instrumentos e mixando melhor do que quando o lançamos. acho que ainda esse ano iremos lançar ele de novo com uma roupagem melhor do que 3 anos atrás.

A banda continua seu trabalho em estúdio enquanto lança nos próximos meses mais material inédito, aguardem.


novidades de fevereiro




É verão e é quase carnaval! A banda do gato Xícara e de Baltucz estão preparando algo para este mês. Uma das novidades é um disco novo que foi trabalhado por mais ou menos um ano, chama-se Lost Girl Living in Tokyo e é uma trilha sonora para um filme não realizado. O outro é o relançamento de um disco da banda chamado Movimentos. Este último é um disco lançado originalmente em 2008 e que agora recebeu um tratamento nas faixas e será relançado com uma qualidade melhor. Os dois serão lançados ainda este mês, aguardem!

Fritzlounge

2018

soundcloud.com/baltucz

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