The Baltucz Band - Ship, Airplane and Other Places (2011)

Continuando o experimentalismo do último disco solo de Baltucz, a banda disponibiliza o álbum Ship, Airplane and Other Places. Colagens sonoras e ruídos de guitarras se mesclam nas quatro faixas do disco. Baltucz, o guitarrista da banda nos deus algumas palavras:

Fritzlounge: De volta ao experimentalismo de discos anteriores?

Baltucz: Acho que não é um retorno, apesar de se tratar de gravações antigas, mas de algo novo que estamos vivenciando. Estas gravações são de 2008, 2009. Quando voltei a escutar essas músicas, me pareceu muito atual e provavelmente não teremos outro momento melhor para lançar. Então me debrucei nelas e fiz alguns ajustes.

Fritzlounge: Xícara participou deste disco? (Xícara é o baterista e dono da banda, nos discos mais experimentais e eletrônicos ele prefere deixar tudo aos cuidados de Baltucz.)

Baltucz: Sim, Xícara foi essencial para a seleção e finalização das faixas. Ele sempre dá seu veredito. No meu último disco solo ele me deu algumas ideias que foram muito boas.

Fritzlounge: Sobre o que é este disco e o motivo de fazer um som experimental com recortes e texturas sonoras?

Baltucz: Acho que basicamente é sobre a contemporaneidade, sobre o que passa desapercebido no nosso dia a dia e que quando nos debruçamos para escutar uma gravação como esta podemos olhar com mais atenção. Não é sobre melodias ou sobre egos, é sobre o mundo à sua volta e suas nuances.

Fritzlounge: E sobre o futuro da banda?

Baltucz: Xícara está envolvido em outros projetos e eu simplesmente não tenho tempo para gravar nada até o final do ano. Provavelmente no verão iremos gravar alguma coisa. Nesses quase cinco anos de banda aprendi que funcionamos melhor no alto verão e no inverno mais rigoroso.

Fritzlounge: Como isso influencia?

Baltucz: É na experiência que percebi isso. Gravamos as melhores coisas no calor do verão e no mais frio inverno. "Letters" e "The Swan" e "Café com Guitarra", álbuns que gosto muito foram gravados nessas estações. Não sei exatamente o motivo, apenas é assim.

Fritzlounge: Esses discos foram especiais para vocês ou tiveram bons números de downloads?

Baltucz: Os discos sempre foram para nós, se fosse apenas pelos números nós estaríamos perdidos.

Fritzlounge: E sabe qual o número total de downloads de todos os discos até agora?

Baltucz: Nunca me preocupei em saber. Sei que alguns discos foram melhores que outros, mas no geral foi um grande número.

Fritzlounge: Quanto é um grande número?

Baltucz: Isso realmente não é importante. Vamos colocar assim, para uma banda que nunca fez apresentações ao vivo temos um número bom de downloads por disco. Até a página do myspace, que é uma porcaria teve um acesso bom. 

Fritzlounge: Como definiria a banda hoje?

Baltucz: Uma anti banda! (risos). Não penso nas definições possíveis, penso em que som eu gostaria de estar fazendo hoje e tento correr atrás disso, mesmo que lentamente. Não sei tocar direito, não tenho intenção de ser um grande músico. Tenho vontade de seguir fazendo meus barulhos com mais recursos. Meu ouvido mudou com o passar dos anos, meu gosto musical mudou, minha habilidade na guitarra mudou, se é que posso dizer isso. Gosto de pensar que gravo o que quero e o que acho válido hoje, talvez amanhã ache tudo um grande erro, como já acho alguns discos estranhos hoje em dia. Mas é o aprendizado, a vivência. Se alguém ouvir o som da banda e gostar já é ótimo, conseguiu pegar o espírito, se não gostou, tudo bem, está ok.

Fritzlounge: Próximo disco...

Baltucz: Uma incógnita. Acho que lançaremos mais material experimental antes de começarmos a gravar novamente. Ou então um disco seguindo a lógica do EP Closed World. Trabalhamos algumas músicas que ficaram numa mesma atmosfera, talvez isso seja exposto antes de novas gravações.





2018

soundcloud.com/baltucz

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